O OLEIRO
Primeiro
pega o barro, separa o pedaço que será transformado, o separa do todo. Bate,
amassa, amassa, amassa, bate, bate , forma uma bola e agora sim começa a criar.
Vai
até a prateleira das ferramentas, seleciona as que serão usadas, olha com amor
para aquele pedaço, agora sem forma e inicia o ritual.
O ritual de preparação da criação. Momento de concentração, de desprendimento do
ego, de preenchimento do seu ser interno, preparação para apenas sentir e não
mais pensar. Momento mágico que pode ser
sentido a distancia por espectadores se lá estiverem, momento único, O MOMENTO
DA CRIAÇÃO.
Com carinho prepara a mesa, enquanto ao lado
descansa o barro amassado ainda desforme.
As ferramentas que ajudarão o oleiro a dar forma ao pedaço de barro é
colocado ao lado sobre a mesa, a frente uma caminha macia de espuma, uma tigela
com água, que irá amaciar as partes cortadas do barro, quando esse começar a
ser esculpido, um torno pequeno, que dará ao oleiro a visão total de sua
criação.
Sentado, o oleiro começa sua obra de arte, o
amor transcende e começa a ser transmitido, compartilhado com o pedaço de
barro, até o momento sem forma, mas com vida pulsante em seus átomos.
Dá-se o início, e faz-se a luz, a luz do amor,
da inspiração da criação. O Oleiro dá abertura ao seu poder interno de criação, e
do Verbo faz a obra.
Com um pequeno pedaço, do já escolhido barro,
começa a nascer uma forma, que vai se ligando a outra forma, e quando nos damos
conta nasce. Nasce uma linda Paloma, cheia
de vida e expressão. Só falta falar.
E assim é conosco, o nosso SER SUPERIOR que nos
escolheu, nos moldou e continua nos moldando, para que a cada dia sejamos os
mais lindos, mais completos, e sempre, mesmo que não percebamos, nos molda com
amor. Tem sempre ao lado uma tigela com água
para alisar as partes mais rijas de nosso ser.
Se nos entregarmos, como o barro se entrega a
mão do oleiro, seremos transformados em peças reluzentes, inteiras, tanto por
dentro como por fora.
As batidas, as amassadas são para nos
fortalecer e não quebrarmos a cada
“fornada” da vida.
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