O FALAR E O OUVIR
Quantas vezes
conversando com alguém a reação da pessoa não condiz com o que foi falado.
Nos perguntamos,
o porquê dessa reação. Não falei nada
para receber essa resposta!
As vezes nem nos pronunciamos, mas ficamos sentidos,
magoados, com raiva, vários tipos de sentimentos podem nascer de um simples mal
entendido.
Pensando nisso
há bastante tempo, presenciei hoje uma troca de informação que mais uma vez me
fez pensar.
O que falamos
nem sempre é o que o outro ouve. A nossa
fala é na realidade, na maioria das vezes, interpretada e não ouvida pela outra
pessoa. Vai depender muito do estado de
espírito do ouvinte, para que o que foi falado chegue a seus ouvidos
claramente.
A primeira vez
que notei a diferença entre o que
falamos e o que o outro ouve foi quando, parada em um farol, disse à pessoa que
dirigia o carro parado ao meu lado direito:
- Senhor, sua porta está aberta.
Ele imediatamente se moveu e abriu a porta de traz do lado direito
dele.
Fiquei
estarrecida, mas como ele pode ter tido essa reação? Se estou ao lado direito dele, só posso estar
vendo a porta aberta a esquerda dele, ou a porta de traz, ou a dele mesmo.
Sempre usei esse
fato como um exemplo, quando conversava sobre a comunicação entre as pessoas. Hoje outro fato
aconteceu, uma pessoa colocou o óculos de grau de uma amiga, que se encontrava
um pouco longe dela e perguntou:- Ficou bom?
A amiga respondeu: - Mas como, se é para enxergar de perto?
A amiga respondeu: - Mas como, se é para enxergar de perto?
Não
acreditei. Como ouvinte, vi que a amiga havia
escutado que a pergunta seria: - Se o grau havia ficado bom.
Como assim? Logo
percebi que na realidade a conversa estava completamente sem nexo, uma
perguntava sobre a armação do óculos, e a outra ouvia sobre o grau do óculos.
Mas isso
acontece o tempo todo, e está se intensificando. A falta de atenção ao outro, vem num
crescente. O verbo ouvir, é colocado no automático, e a primeira resposta que vem a
cabeça, é a que é dada.
A atenção está voltada ao celular, onde ficam movendo com o dedo a barra de rolagem sem parar,
num frenesi que embota a atenção.
As pessoas estão
se individualizando, e uma conversa normal está tendo uma série de
interferências, como consequência, as respostas muitas vezes não tem a ver com
as perguntas. E assim, muitos mal entendidos nascem.
Parar, pensar, prestar
atenção, está virando uma virtude em extinção.
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