É assim que temos nos mostrado


Quando vi a obra desse extraordinário artista brasileiro piauiense, me tocou imediatamente.

Foi como se tivesse visto em uma única obra de arte o comportamento do homem contemporâneo. O individualismo ao qual o ser humano está se acostumando está bem descrito aqui. A máscara vem primeiro, e bem longe do coração, em uma forma quase que de arma em punho, como se quisesse se proteger, sei lá do que.

O medo de se entregar, de chegar com o coração é tamanho, que coloca a máscara bem a frente de quem é na realidade.

E com isso vai endurecendo aparentemente, mas lá dentro vai se tornando cada vez mais carente.

Na escultura até a mão que empunha o rosto é de material diferente do corpo e do cerne da cabeça.  Como se realmente não fizesse parte do todo.  E é exatamente nessa representação perfeita, que podemos enxergar como nos distanciamos, com essa atitude, não só dos outros mas de nós mesmos.

Chegamos a não fazer parte do nosso ser.  As veias, por onde o sangue corre, continuam lá, tão poderosas como sempre foram, o cerne de nosso ser continua intacto, mas a máscara está tão forte e tão distante, que nos deixa em segundo plano.

Só posso dizer que a arte, em sua grande maioria, traduz a realidade crua e nua do comportamento humano.

Parabéns Braga Tepi, por suas obras que ultrapassam a arte, são tradução da alma.

E obrigada por me permitir usar essa imagem de sua obra.



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